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21 de julho de 2015

Meu Dodói


A dor - dependendo da dor - fica gravada na memória.
Uma tremenda dor de dente, por exemplo, é inesquecível.
A criança que vivencia as dores - mesmo as mais "bobinhas"   (as dores, não as crianças) - quando estas passam, passa a temer seu novo aparecimento.
É esse um mecanismo provável da dor recorrente: o ficar checando, temeroso, se o sofrimento não vai retornar. O próprio estado de alerta em relação às dores cria uma "via preferencial" para ela. Dores que iriam embora naturalmente voltam - ou, pelo menos, se amplificam.
Diria que nos últimos tempos, com pais e filhos cada vez mais ansiosos (exatamente pelo estilo de vida ansiogênico), esse criar, "dar corda à dor" vai se tornando algo importante - e ainda pouco reconhecido. Algo que os pais deviam saber para não entrar no ciclo vicioso que seus filhos podem estar criando.
(o mesmo vale para "as dores da alma", fenômeno já vastamente explicado pela psicologia)