Também até algum tempo, achamos que a expectativa de vida só faria subir, e seríamos, quem sabe, eternos.
No abuso do planeta só vamos pensando em nos mexer quando a água bate no joelho - ou quando a falta dela nos deixa de joelhos.
No nosso estilo de vida atual, talvez só iremos perceber que muito do que fazemos (ou deixamos de fazer) irá impactar na idade do fim quando seja tarde para possibilitar a reversão.
O fato é que, embora tenhamos na média muito mais lenha pra queimar que nossos bisavós, não parece provável que só caminharemos para frente no quesito longevidade.
Doenças metabólicas que nos põem ansiosos com o único resultado de nos fazer comer mais e pior, transtornos psicológicos de todo tipo e o consequente abuso de medicamentos que criam um ciclo vicioso doença-tratamento-mais doença, desagregação familiar ampliada pelo exagero tecnológico, poluição, violência gerada pela desigualdade, pelo consumismo, pela pressão midiática do sucesso medido pela possessão, sedentarismo forçado por fatores até recentemente inexistentes como o medo da violência e do trânsito, substâncias de abuso de efeitos nefastos e vício quase imediato afetando faixas etárias com um pé na inocência e a própria escassez de muitos dos recursos planetários serão alguns dos grandes obstáculos que as novas gerações terão que enfrentar (e logo!) se não quiserem desaprender o que significa um "velho gagá".