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10 de outubro de 2014

Alergia ou "Alertia"?


O pesquisador Ruslan Medzhitov, da universidade de Yale tem uma teoria um pouco diversa sobre a alergia.
Não seriam mecanismos de defesa mal direcionados contra agentes pouco agressivos do ambiente, como se postula na tão propalada "teoria higiênica", aquela que diz que a perda dos inimigos (bactérias, parasitas, fungos) naturais anteriormente presentes na natureza fez nosso sistema imunológico procurar outro alvo: nosso próprio organismo.
Medzhitov explica que todo sintoma alérgico (tosse, espirro, produção de secreção brônquica, lacrimejamento) é uma tentativa de expulsão de algum agressor, como o pólen, o ácaro, o veneno de um inseto. Os nossos agentes agressores novos das últimas décadas são os poluentes atmosféricos e componentes químicos industriais, presentes no que comemos, bebemos, deitamos, passamos no corpo, etc.
Esses novos inimigos ampliam e modificam nossa resposta imunológica, bem como modificam os "antigos" alérgenos (os pólens tornam-se "superpólens" pelo acréscimo dos poluentes, por exemplo).
Os alérgicos, pela teoria de Medzhitov, não seriam tão "doentes" assim. Sua resposta contra poluentes (por exemplo, produzindo abundante secreção nasal e brônquica que impedem poluentes de se fixar definitivamente no aparelho respiratório, evitando um câncer pelos mesmos poluentes mais tarde) seriam um resposta . Além do mais, servem os alérgicos como uma sentinela (sentinela sofrida, é bem verdade) de que o ambiente em que vive ele e seus familiares está pouco saudável (o que serviria para se tentar melhorar suas condições ambientais).