O pesquisador Ruslan Medzhitov, da universidade de Yale tem uma teoria um pouco diversa sobre a alergia.
Não seriam mecanismos de defesa mal direcionados contra agentes pouco agressivos do ambiente, como se postula na tão propalada "teoria higiênica", aquela que diz que a perda dos inimigos (bactérias, parasitas, fungos) naturais anteriormente presentes na natureza fez nosso sistema imunológico procurar outro alvo: nosso próprio organismo.
Medzhitov explica que todo sintoma alérgico (tosse, espirro, produção de secreção brônquica, lacrimejamento) é uma tentativa de expulsão de algum agressor, como o pólen, o ácaro, o veneno de um inseto. Os nossos agentes agressores novos das últimas décadas são os poluentes atmosféricos e componentes químicos industriais, presentes no que comemos, bebemos, deitamos, passamos no corpo, etc.
Esses novos inimigos ampliam e modificam nossa resposta imunológica, bem como modificam os "antigos" alérgenos (os pólens tornam-se "superpólens" pelo acréscimo dos poluentes, por exemplo).
Os alérgicos, pela teoria de Medzhitov, não seriam tão "doentes" assim. Sua resposta contra poluentes (por exemplo, produzindo abundante secreção nasal e brônquica que impedem poluentes de se fixar definitivamente no aparelho respiratório, evitando um câncer pelos mesmos poluentes mais tarde) seriam um resposta sã. Além do mais, servem os alérgicos como uma sentinela (sentinela sofrida, é bem verdade) de que o ambiente em que vive ele e seus familiares está pouco saudável (o que serviria para se tentar melhorar suas condições ambientais).