"Desgraçado o país que precisa de heróis"
Bernard Shaw
Era uma vez um paisinho.
Gigante - pela própria natureza - mas com idade mental de uma criança desmamada.
Otimista, muito otimista (otimismo esse que às vezes ajuda. Não como única arma. Não especialmente se "baseado em nada").
Rezavam muito. Rezavam quando ganhavam, rezavam quando perdiam. Rezavam para pedir. Pedir até mesmo a desgraça do adversário.
Os habitantes desse país (zinho), habitantes sofridos, na maioria iletrados, tinham poucas alegrias, pouca coisa pra comemorar. Talvez por isso tenham sido levados a criar falsos heróis, heróis de (ironia!) pés de barro.
Heróis que nunca fizeram grande coisa a mais do que ... correr atrás de bolas! (cães correm atrás de bolas! geralmente com mais velocidade, talvez com menos habilidade, mas não são idolatrados por isso, nem mesmo por outros cães!).
Viveu esse pais (zinho) numa ilusão de grandeza. Que em outras áreas não se justificava. Que importava? Eram os maiores, naquela coisa (boba, alegre, boba alegre!) de correr atrás da bola!
(E não que não fossem bons mesmo. A sorte, a reza, talvez até mesmo o otimismo fizeram com que alguns poucos gênios da raça aparecessem no decorrer de um século. Gênios estes que, carregando nas costas uma legião de medíocres, transformaram também estes medíocres em heróis).
Precisava este país (zinho, nunca esqueçamos) sofrer uma grande derrota. Uma derrota inesquecível, indelével, dolorida por qualquer ângulo que se olhasse para que - após juntar os cacos - acordasse.
Passasse então a olhar pra onde estavam os verdadeiros exemplos, os verdadeiros heróis. Aqueles que até então eram menosprezados, os que muitas vezes fugiam da mídia, não os que a abraçavam, os que faziam de um tudo para aparecer nela (a própria mídia cruel, co-responsável, criadora, mantenedora e parasita dos seus falsos mitos).
Nããã, gente, isso é ficção! Não vai acontecer!
Esportivamente, essa seleção merece uma lápide na frente do Mineirão. Com os nomes de cada atleta devidamente registrados, capitão, comandante, e tudo. A presidência pode ficar de fora. Mas na vitória estaria lá...
(como amante do futebol, não resisti em extravasar minhas frustrações com esta Copa neste espaço "nada a ver"...)