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3 de junho de 2014

Urinário Trato?


As orientações pós-tratamento da infecção urinária em crianças são um bom exemplo de que nada em medicina é apenas uma verdade.
Pais que já passaram com seus filhos pelo exame chamado cistouretrografia miccional (exame em que uma sonda colocada na uretra injeta contraste para "desenhar" o trajeto da urina na micção) não costumam ter boas histórias para contar.
Mas é esse o "padrão ouro" para diagnosticar a presença de um fator que favorece o aparecimento de infecções (o refluxo vesicoureteral, a "volta" da urina em direção aos rins quando a bexiga contrai, podendo causar lesão renal)!
Fosse, então, um exame fácil, barato, sem riscos ou traumas, sem "burocracia", faríamos para quase todos.
E a ultrassonografia? Não é boa opção?
É e não é.
É porque é sem traumas (tem criança que até gosta!).
Não é porque não diagnostica boa parte dos refluxos presentes na cistouretrografia.
E aí, a outra questão: presente o refluxo, o que se faz?
Mais polêmica: trata, não trata, trata apenas casos mais severos, adianta, não adianta, tem mais riscos que benefícios, pode criar resistência bacteriana (o uso de antibióticos em baixa dosagem por prazo longo é o mais recomendado), as cicatrizes renais evoluirão para danos pequenos ou nenhum, etc., são algumas das discussões que têm dado pano pra manga nas últimas décadas.