Cuidado com quem você convida para assistir ao filme Ted, uma aparente história sobre a prolongada amizade de um menino com seu ursinho de pelúcia.
Se seu filho pequeno for convidado a assistir, faça com que durma nos primeiros minutos, que é até onde a história é, digamos, infantil e engraçada.
Porque a partir do crescimento do menino o querido urso se transforma num adolescente com muito mais que somente a ação da testosterona faria supor. Torna-se um sujeito transtornado sexualmente - com a mesma carinha de urso-anjo.
A idéia para um filme até que não é má. O problema é que, além do exagero (as piadas mais do que boas são grosseiras até o ponto em que se tornam chatas), não há até onde eu saiba, grande advertência para o teor das baixarias (teor esse muito mais elevado no linguajar original do que o da tradução amenizada).
E, aproveitando, quero desconvidar - para quem ainda não viu - para outro filme "infantil": Paranorman.
Aqui o problema é outro. Até perto da metade vai no ritmo de outros desenhos animados mas, como se outro transtornado tivesse assumido a direção, desanda a mostrar uma zumbizada assustadora até para pré-adolescentes! E é também aí que perde a graça, não por coincidência.
Não sei o que dá na idéia dos roteiristas. É como se quisessem, de propósito, estragar a diversão familiar. Pai e mãe com seus filhotes reunidos, cortinas fechadas, pipoca, tudo muito bom, até que...
Gulp!
Vamos fazer outra coisa?
Quem busca o dominó?
(Para alguns pais, até o Pica-Pau é violento. Não discuto. Cada um com os seus critérios. A Puca, por exemplo, de vez em quando mata os seus adversários! Agora, tem desenho que agride até adulto. Admito que dou boas risadas com o South Park, mas é o desenho mais politicamente incorreto - e preconceituoso - que eu conheço. É coisa pra assistir num quarto escuro e rir com a mão na boca e olhando pros lados. Melhor não assista. E, por favor, não deixe seus filhos saberem que existe até que tenham um mínimo de senso crítico - lá pelos sessenta...)