O teste chegava a ser quase ridículo pela simplicidade:
A crianças de 4 anos se oferecia um cubo de marshmallow e se pedia para esperarem por 1 minuto sem que comessem. Se conseguissem, ganhavam o dobro, dois marshmallows.
Essa experiência dos anos 1960, tão simples quanto genial, serviu para vários estudos sobre a personalidade humana desde então.
Crianças que tinham a capacidade de esperar pela gratificação redobrada possuíam melhor auto-controle. E, não de forma surpreendente, se mostraram com o passar dos anos (a experiência foi retomada quase vinte anos depois) muito melhores nos aspectos de relação social, conquistas acadêmicas, saúde global (dentre as medidas efetuadas, o óbvio índice de massa corpórea, o IMC, menor nos mais "controlados", mesmo na idade adulta), etc.
Esses fatos levaram o psicólogo Walter Mischel, da Universidade de Stanford - idealizador da pesquisa , um verdadeiro Big Brother pré-escolar, visto que as crianças eram filmadas nas suas atitudes frente à "tentação" - a hipotetizar sobre as capacidades, inatas ou aprendidas, frente aos desafios da vida.
Crianças capazes de pensar em estratégias (como, por exemplo, olhar para longe do doce, tamborilar na mesa para passar o tempo ou mesmo imaginar coisas menos tentadoras enquanto esquece da recompensa) têm tudo para manter esses dons vida afora, para seu próprio benefício.
Curiosamente, foram esses mesmos valiosos conhecimentos que as indústrias se apossaram nos últimos 40 anos com propagandas intensivas visando destroçar nosso auto-controle (agindo também desde o berço).
Isso é tão importante que o próprio Mischel sugere que deveríamos repetir o exercício nas pré-escolas:
"Toma aí o doce! Agora vamos esperar um minuto - um minuto apenas - para comê-lo!"
(Veja se você não apresentou o comportamento dominante na sociedade atual: Mas... tadinhas das crianças!... - Ponto para a indústria!)
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