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19 de fevereiro de 2013

Dr. X e Dr. Y


Você talvez não saiba, mas a grande maioria dos médicos sabe (e algumas vezes se utiliza desse conhecimento de forma maldosa):
“Na Medicina, é fácil dar cara de ciência à bobagem”.
O que quero dizer com isso?
Imagine que um médico x - o Dr. X – diga a você que o seu problema decorre disso ou daquilo que você faz ou deixa de fazer e que, ao corrigir seu comportamento, você melhorará.
Você então, naturalmente, terá a tendência de modificar seu comportamento, esperando obter a melhora (ou cura).
Agora imagine outro médico, o Y – Dr. Y – que por má intenção ou por ignorância (por ambos é difícil!) afirme exatamente o oposto, e que, ao afirmar ou prescrever o oposto, termine por fazer mal a você.
Ambos são médicos. Ambos se nutrem da ciência (ou deveriam) para informá-lo sobre o que é bom ou ruim pra você. Você, no entanto, pode não saber discernir quem é o certo ou o errado, Dr. X ou Dr. Y. E ao ter optado pelo Dr. Y, na melhor das hipóteses, não melhorará (a pior hipótese é melhor não imaginar).
Ocorre que o Dr. Y pode ter mais “cara de ciência”, pelo terno que usa ou por, por exemplo, ser “a cara do Freud”(!) – ou por ter mais clientela, ou ter um consultório mais chique, ou pelo fato de se expressar muito melhor.
E aí? Com quem você vai consultar? (eu já estou quase agendando minha consulta com o Y...).
Ainda bem que o paciente está mudando. Se informando mais, questionando mais, exigindo mais.
Faltam duas coisas. Preparar o médico pras mudanças e achar médico suficiente para lidar com esse novo paciente.