De vez em sempre somos solicitados a esclarecer a
barafunda nutricional em que se transformou o alimento líquido da criança (do
pré-escolar, principalmente).
Tentando, então, dar uma luz na coisa, hierarquizando os
alimentos segundo o valor nutricional (mas já com dois enormes adendos):
1º) aquelas coisinhas brancas que você, mãe, vê dentro da
boca do seu filho são pequenos dentes, precisam ser usados mastigando alimentos
sólidos de vez em quando, OK?
2º) água, embora não possa ser considerado “alimento” é
uma prioridade, talvez principalmente pelo adendo acima: quem toma muita
bobagenzinha, desloca a sede de água para outros líquidos: como conseqüência
come menos alimentos importantes nutricionalmente, pois já se entupiu de calorias
mais pobres – menos vitaminas, fibras, etc. Sem falar no potencial cariogênico
(causador de cáries).
Mas vamos à tal hierarquia:
1) leite : grande fonte de cálcio e proteínas nobres.
Claro, de novo, desde que o(a) cara não fique ali, até casar, mamando o dia
inteiro, né? Lembrar que para muitas crianças lactose demais – o açúcar próprio
do leite, não a sacarose acrescida em mamadeiras – incomoda: prende o
intestino, causa gases que geram dores abdominais freqüentes (*motivo de muita
consulta pediátrica, muita preocupação dos pais, muito exame desnecessário,
muita confusão com outras causas de dores).
2) “leite” de soja: não esquecer que é alimento
industrializado. Portanto – já por princípio – não deve ser consumido em
excesso (como já disse um humorista, você não vê nenhum fazendeiro acordando de
madrugada para tirar leite de soja da vaca!).
Há importantes diferenças nas composições nutricionais: os
mais “grossos” (acrescidos ou não de sabor) têm até 5-6 gramas de proteína por
copo. Os outros são quase que “suquinhos disfarçados”, com pouca proteína e
muito suco de baixa qualidade.
3) sucos: ao naturais de muito, muito melhor qualidade
nutricional (fibras, vitaminas), os “de pacote” são péssimos.
A água de côco pode ser aqui classificada (é, de certa forma,
“suco de côco”): muito utilizada hoje em dia, meio mistificada como algo muito
saudável, mas não é nenhuma maravilha.
(Ei! E os “chazinhos”? Um “capítulo” à parte. De novo,
depende de como são utilizados. Chá de quê? Há ervas que fazem mal. Vão ser dados
em excesso? Adoçados?...)