(não consigo parar de falar nesse covid, se alguém souber de algum bom terapeuta, uma "covidectomia" seria bem vinda pra mim...)
Um exemplo de um passado recente:
Se você perguntasse para um pediatra se ele tinha "medo" de varicela, ele provavelmente responderia:
"Varicela? Não, uma doença comum, costuma curar logo, após grandes incômodos com coceira, algum maior cuidado com infecções de pele, raramente complica..."
Se fizesse a mesma pergunta para um neurologista pediátrico:
"Claro! Já vi algumas encefalites muito graves pelo vírus da varicela!"
(por que? porque é atribuição do neurologista pediátrico receber pacientes referenciados pela rara complicação da varicela, a encefalite)
A mesma doença, com dois pontos de vista bem diferentes...
Tenho um colega expert em doenças infecciosas que aparenta estar ainda muito alarmado com a evolução da doença (covid).
Parece mais alarmado tanto na comparação com outros colegas de outras especialidades em geral quanto certamente muito mais alarmado que a população brasileira como um todo.
Tenho me perguntado:
Estará com a razão? Ou tem o grande viés de estar vendo um paciente atrás do outro referenciado para ele, e por isso perdeu um pouco a noção do que acontece no dia a dia das ruas (significa: um pouco mais do que o nada, mas ainda um quase nada cercado de muito medo)?
Ainda deve ser cedo para a resposta definitiva. Mas em todos os países pelos quais o vírus já (quase) passou, a enorme parte da população é de sobreviventes.