Quero falar um pouco de milagre mas, como sempre, vou esconder o santo.
A história é verídica, com algumas pequenas mudanças para que, pelo menos, o "santo" não afirme que se trata dele o que estarei contando:
O pai de uma pequena criança, após ter consultado, me disse:
"Coisa boa que esteja assim tão bem! É um verdadeiro milagre que esteja mesmo vivo!"
Aí, fiquei meio assim, voltei rapidamente a consultar seu histórico, e não resisti:
"Mas como assim, milagre?"
"Sim, os médicos disseram que teria pouquíssimas chances de sobreviver. Me mandaram, inclusive, rezar!..."
Eu, bobamente, contra-argumentei:
"Mas não há nada de assim tão grave no seu histórico! Passou por isso e por aquilo, mas quanto às "pouquíssimas chances de sobreviver"..."
Aí, o pai começou a se mostrar um tanto irritado:
"Milagre, sim, doutor! Eu é que sei o que foi... Todos os médicos preocupados, um deles inclusive"... (etc, etc, etc.)
Moral da história:
Cada um conhece (e mede) seu próprio "milagre". Não cabe a qualquer outro definir o quanto esse milagre tenha sido realmente milagroso!
O quanto esse pai e seus outros familiares gastaram de horas acordadas, de orações, de promessas que foram (aparentemente) atendidas, para um qualquer envinagrar esse milagre da água transformada em vinho?
Deus seja louvado. Acredite-se ou não!...