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31 de janeiro de 2020

Alcachofra


Todo mundo meio que sabe que nossa cabeça não foi feita pra ficarmos tomando cacetada o tempo todo.
Talvez nem a do bode seja, mas ele insiste em não dar ouvidos a isso.
O foco dos últimos tempos tem sido nosso esporte favorito. De vez em quando novo estudo aparece sobre os malefícios de se cabecear a bola no futebol, e principalmente em faixas etárias mais extremas, como é o caso das crianças (ou, pior ainda, em velhotes como eu, que insistem em não aceitar a cadeira de balanço). 
Crianças (e idosos) têm menos suporte da massa encefálica dentro do cérebro. Nos próprios movimentos bruscos de aceleração e desaceleração normais do esporte (mas não só do futebol), já existe uma possibilidade de pequenos traumas que, acumulados no tempo, podem gerar danos (a demência precoce é a grande preocupação).
Ao se cabecear uma bola (ainda mais "dura", ainda mais em alta velocidade contrária), a chance do cérebro "se torcer como uma alcachofra", com seu caule formado pela estrutura do tronco cerebral, é realmente grande.
E agora estamos percebendo que ex-jogadores idosos mostram comprometimentos relacionados a esses traumas.
Como "proibir" que numa pelada se cabeceie a bola (ainda mais aos jogadores compridos, que levam vantagem nesse quesito)?

A responder.