Não sei o que você que está me lendo acha, mas me parece fundamentalmente errada a prática atual dos "processos dos leitinhos" (processos que as mães movem contra as prefeituras para que elas forneçam o leite para seus filhos lactentes).
É do próprio Estado boa parte da culpa nessa história, pois na sua prática paternalista (nesse caso mais "maternalista") sempre posou de fornecedor das tetas, onde quem mais mamou foram os próprios governantes, com óbvios benefícios eleitoreiros junto à população carente (sem falar nos frequentes desvios de recursos).
Acontece que em tempos de vacas magérrimas, Ele não pode mais pagar essa conta. Sobrou para as mães, que achavam que iam se beneficiar para sempre desse tipo de prática.
Então é hora de sermos todos mais honestos:
Não, o governo não está aqui para criar o seu filho do berço à universidade, ainda que esprema sua família até a última gota com impostos. Parte do ônus terá que ser seu. Ou então, corra! Ainda dá tempo de aprender a evitar de ter filhos (e nisso o governo ainda dá a sua mão).
Não, você não deve correr para o leitinho industrializado na maioria dos casos. Retire a blusa. Olhe para baixo. Esses belos apêndices que você possui no tórax são a melhor fonte de alimento para seu filho enquanto ele precisa de leite. Depois, é comida! E não, o governo também não deveria fornecer à sua família a comida que seu filho irá precisar (a não ser, talvez, na forma de subsídios para tornar os alimentos mais baratos).
De alguma forma subliminar as práticas médicas relacionadas à promoção do aleitamento materno (e consequentemente ao desestímulo ao leite "da vaca", industrializado) têm se modificado novamente. Ocorreu nos anos 60, quando éramos mais inocentes, e as latas recém-chegadas começaram a parecer mais bonitas do que os seios. Volta a acontecer agora, com a proliferação de leites que prometem todo tipo de milagre (e mães - e, infelizmente médicos - "caem!").