Passamos em pouco tempo do casamento arranjado para o casamento com (suposto) amor, para o casamento com data de validade (hoje, raramente "eterno").
Nossos pais, avós e bisavós (se você que está aqui a ler não é um adolescente) foram, então, a turma que vivenciou o "casamento por amor eterno", aquele pessoal que escolheu um parceiro com quem - a princípio - iria viver até que um dos dois batesse as botas. Pouco problema para o sistema judiciário.
Mas agora filhos vêm quase como um efeito colateral de relações findáveis, em que quando o amor acaba (se é que realmente chegou a existir), o que sobra é a divisão de responsabilidades entre pais muitas vezes rancorosos, com as cabeças (meio que literalmente, desculpa a grosseria) já mergulhadas em novos relacionamentos.
O resultado disso? Infindáveis processos, audiências conciliatórias, mandados de prisão, ameaças, e etc. Haja justiça pra essa gente toda!
Ninguém que não seja muito calculista manda um "acho que estou te amando" adicionado a uma declaração de renda. São raros pais que na maternidade começam a fazer conta (de divisão, de subtração) antevendo a separação. Mas a se bem pensar, não seria nada tão estranho.
Estranho mesmo é ver um pai ignorante e pobre atrás das grades como solução final para algo que um dia foi inocentemente chamado de amor.