Como última postagem relacionada a essas confusões provocadas pelo Aedes, achei bom lembrar de um sintoma que os médicos costumam não traduzir quando se trata da dengue (ou mesmo de muitas outras condições médicas):
É o tal do "rash".
É um saquinho explicar o que é o rash. Começa que o termo tem sido ridiculamente aportuguesado. É como "site". Ou é "sáite" ou tem que se traduzir por sítio (ou "página", substituto mais usado).
O termo correto é "réch", mas é com a famosa linguinha dobrada do inglês. "Rach" (mais usado) fica muito esquisito!
E o que é?
Preguiçosamente explicando, é quase que qualquer lesão de pele em que se busca uma causa. Não toda lesão de pele, claro. Uma verruga não é um rash. Costumam ser lesões planas, que alteram a cor da pele, sua textura ou, de forma generalizada, a aparência.
Então: falei que era um saquinho!
O termo "erupção" também tem sido usado, mas não resolve. O paciente já vai logo pensando que tem um vulcão na pele (boa associação com um furúnculo, por exemplo, mas para as lesões representativas do rash, não).
O que causa?
Além da dengue, um montão de outras coisas! Sarampo tem rash. Lúpus tem rash. Reação à medicamentos tem rash. Queimadura solar tem rash. E a lista segue: sífilis, urticária, escarlatina... Até emoção causa rash!
Poxa! Mas aí não adianta! Como é que vai se fazer um diagnóstico?
Aí é que está! Forma parte importante do diagnóstico de muita coisa, mas também pode confundir, levar a diagnósticos errados, coisa que a gente vê toda hora (só para dar um exemplo, a confusão de exantema viral comum com o quase extinto sarampo).
Então é aquela coisa:
- O que é isso que eu tenho na pele, doutor?
- Um rash.
- Que é?...
(Ai, meu saquinho!...)