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2 de dezembro de 2014

Anti-o-que-mesmo?


Quando uma criança gripada toma um "antigripal" ela cura da gripe?
Não.
Quando uma criança gripada toma um "antigripal" ela melhora dos sintomas da gripe?
Não.
Quando uma criança gripada toma um "antigripal" ela diminui o tempo dos sintomas da gripe?
Não!
Então pra que €£¥#*$& ela toma esse "antigripal"?
Muito provavelmente pelo raciocínio induzido pelo nome "antigripal" (uma infeliz combinação de substâncias com razoável chance de efeitos colaterais). 
"Antigripal" (sempre com aspas, pois ele é um bom de um "anti-nada", a não ser antitérmico/analgésico associado a baboseiras como antihistamínico - de efeito controverso na gripe - e "descongestionante" que descongestiona muito, muito pouco na ação sistêmica) é desnecessário, relativamente perigoso e, além disso, acrescenta no incômodo da criança, obrigada a tomar mais uma meleca na tentativa de curá-la de um processo que na maioria das vezes é autolimitado (cura sozinho, e não com remédio).
O único real efeito (além do analgésico) é o efeito placebo que, ainda que não negligenciável, não faz a balança pender para justificar o seu uso.
Então por que ainda se vende esse €£¥#*$& de "antigripal"?
Pelo simples motivo de que você (assim como muita gente boa) ainda compra...