"Alergia é alergia (e pode ser grave), e eu não quero nem saber!".
Essa é a postura e o pensamento da maioria dos pacientes em relação a uma alergia (por exemplo, a um antibiótico), e não se pode tirar a razão.
Age-se através desse raciocínio, e acredito que vai sempre se ficar apenas por aí.
Agora, se você quer ir um pouquinho mais além, entenda:
Há dois tipos da chamada reação alérgica (por exemplo, à penicilina ou ao látex, ou aos alimentos): a tipo I (causada por um anticorpo, IGE, que pode ser grave, pode evoluir para a reação anafilática, com risco de vida) e a tipo IV (causada pela célula de defesa do organismo, linfócito, que provoca sintomas menos imediatos que a primeira).
A maioria das pessoas (até mais de 80%) que teve, por exemplo, alergia à penicilina, teve reação tipo IV, mais demorada, menos grave.
A complicação é que uma pequena porcentagem (variável dependendo de raça, região, número de exposições ao alérgeno, etc.) dos que tiveram reação tipo I vão ou podem evoluir para tipo I (potencialmente fatal).
É talvez por isso que muito médico não "anima" seus pacientes a buscarem o diagnóstico correto da "alergia" (que acaba sendo um termo vago, sem o subtipo). Para não se correr o risco de um "upgrade" alérgico, preferindo evitar de vez o medicamento (ou produto ou alimento) que a causou.
Como vimos, não sem razão...