Não sei se você sabe, mas em muitas consultas - pelo menos naquelas em que temos mais tempo de contato - nós, médicos, percebemos no olhar (e nos sorrisos, nos cenhos franzidos, na postura, etc.) quando estamos "abafando" (claro que "abafando" é exagero, ninguém precisa e nem deve "abafar" numa relação médico-paciente) ou, ao contrário, quando não estamos absolutamente agradando (e aí, de novo, não precisamos exatamente "agradar" aos pacientes - não principalmente no sentido fornecedor de serviço-cliente como a "moderna Medicina" quer nos fazer engolir).
E então você pode dizer: e daí?
Daí, nada (seu mal educado!).
Agradando ou não, "abafando" ou não, continuamos atendendo com um sorriso (e uma pequena casca de feijão) nos dentes. É nosso dever.*
Mas que a coisa flui, que é muito mais prazeroso quando percebemos a sintonia, lá isso é.
* Sempre pensei que a Xuxa (alguém que particularmente nunca apreciei, me desculpe a geração anos 80), quando ia todas as manhãs à televisão cantar "Todo mundo está feliz!" e outras cançõezinhas "pra cima" podia estar com sérios problemas pessoais (ou com uma simples dor de dente), mas não podia absolutamente demonstrar. Mas por que a Xuxa? Sei lá!...