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25 de outubro de 2013

Castelo de Cartas Faríngeo


Você já ouviu falar em colapsibilidade?
Não se avexe, pois quase ninguém ouviu!
Principalmente quando se trata de vias aéreas das crianças (pois o termo inicialmente remete à construção civil).
Então. Colapsibilidade é o termo que se concebeu nos últimos anos para definir as dificuldades que as vias aéreas superiores (principalmente a região faríngea - "garganta" e parte posterior do nariz) têm em deixar o ar que entra em direção à traquéia, independente da adenóide e amídala.
Sei que é complicado. 
Pode ser assim definido:
Quando os "culpados" pela apnéia (ou pelos roncos) da criança à noite não são a as adenóides (carnes esponjosas) nem as amídalas, quem mais pode ser culpado?
Uma faringe meio "mole" (hipotônica), uma mandíbula pequena, uma língua grande para o tamanho da boca, etc.
São detalhes que muitas vezes escapam à percepção dos pais (e também dos próprios médicos!). Principalmente porque não há um marco definitivo na apnéia do sono da criança (apenas roncos? despertar frequente? sonolência excessiva diurna? todas as anteriores?).
Na própria necessidade de tratamento (cirúrgico - retirada ou "corte" nas adenóides, clínico - uso de medicamentos como os corticóides nasais) não há consenso.
Vale a vigilância. Vale o dimensionamento (clínico e radiológico) das amídalas e adenóides (mas, como dissemos, não é parâmetro definitivo). Vale também a percepção por parte dos pais do esforço respiratório da criança (ou mesmo a sua filmagem). A polissonografia pode ajudar (e é considerada o "padrão ouro" para a tomada de decisões) mas nem sempre é necessária (e envolve algumas "complicações" - quer dar boas risadas? acesse este blog para ter uma idéia). Alterações no crescimento, hipertensão arterial, dificuldades escolares, etc. podem estar associados, principalmente nos casos mais severos (e já de mais longa duração).
Só pra variar, é mais um caso que uma resposta simples é difícil de ser dada...