Procure por assunto (ex.: vacinas, febre, etc.) no ícone da "lupinha" no canto superior esquerdo

22 de dezembro de 2009

Especialistas em Coisa Nenhuma


“As pessoas devem ser respeitadas na sua individualidade”.
Alguém acha que não?
Entretanto, num mundo que nos prega o individualismo, mas que nos põe na camisa-de-força do consumismo, do que é “correto” (politicamente, ecologicamente, filosoficamente ou eteceteramente), nos vemos muitas vezes agindo de forma contrária a este princípio.
E é assim nos tratamentos médicos. Cada vez mais cheios de “protocolos”, baseados em estudos, nas – palavra da moda – “evidências”, somos impelidos a orientar mudanças nos hábitos de vida, a prescrever tais e tais medicamentos (muitas vezes em combinações “indiscutivelmente superiores” – com o pequeno inconveniente de serem mais caras - às substâncias isoladas), a solicitar exames questionáveis ou dispensáveis, e a toda hora darmos uma de chatos.
Mas, espera... Impelidos por quem?
Pela “concorrência” do médico da porta ao lado (que é mais “chique”, pede exames de última geração, que prescreve remédios que acabaram de ser anunciados, que tem PhD em... como é mesmo o nome da cidade?). Pela mídia (ah, essa mídia!...) que, ao ignorar o medicamento “da moda”, nos faz ficar com cara de desatualizado. Pela avalanche de informações a que o atual paciente está exposto (e contra avalanche, você sabe, uma frágil cabana não é suficiente). Ou somente pela – sei lá – pela sensação de “pertencermos” (assim mesmo, sem grande senso crítico!).
Então, estamos aí, tentando fazer tudo do modo esperado. Ou, quando muito do que está aí nos dá alguma revolta, apenas nos sentamos e perguntamos para o paciente:
-O que é que você quer de mim?

Nenhum comentário: