Você daria um remédio para seu filho que constasse na bula com clareza - como acontece nos Estados Unidos, onde tem receita controlada - os seguintes efeitos colaterais:
Sedação
Depressão
Tremores
Convulsões
Alucinações
Insônia
Confusão mental
Tontura
Parada respiratória
Parada cardíaca
e, finalmente... morte
(por motivos banais?)
Pois é o que tem acontecido nos últimos tempos no Brasil. E com frequência crescente.
Por que?
Porque mamães ansiosas com a "falta de apetite" dos seus filhos (na grande maioria saudáveis e com desenvolvimento normal, até que alguém - parente, ou o que é mais grave, "profissional" - invoque com seus pesos) têm recorrido a esse medicamento (antes também de uso controlado no Brasil, mas atualmente escandalosamente presente em várias das "vitaminas para abrir o apetite" de compra livre no mercado farmacêutico), a ciproeptadina.
Tenho até receio de dizer: abre sim, o apetite. De maneira um pouco nebulosa, mas envolvendo algumas vias metabólicas complexas (justamente daí boa parte do seu perigo), inclusive induzindo o paciente a uma forma de hipoglicemia, natural causadora de um maior apetite.
Está ao alcance das mãos. Molezinha. Com resultados muito rápidos e "satisfatórios". Até que um dos efeitos citados sobrevenha.