Se tem um órgão do corpo humano que tende a ser negligenciado na importância que tem, esse órgão é o fígado.
Não só porque para o leigo são "meio nebulosas" suas tantas e importantes funções, mas também porque a turma adora maltratá-lo (de forma um tanto inconsciente, às vezes).
A incidência da chamada doença hepática não alcoólica está em franca ascensão nas últimas décadas, não somente na população obesa (onde pode chegar a perto de 80%), quanto em não-obesos, também (até perto de 30%), e mesmo na faixa etária pediátrica não tem sido assim tão rara, mais.
Quase tudo o que a sociedade moderna faz rotineiramente agride o fígado. Se por ele têm que passar medicamentos hepatotóxicos (uma enormidade!), álcool e seus metabólitos, excessos de nutrientes e açúcares a serem transformados para depósitos (a causa comum da doença hepática da infância atual), além de moléculas resultantes de agressão dita oxidativa (resultantes, em última análise, do simples ato de viver!), dá para imaginar o quanto sofre o "bichinho"!
Um agravante do problema é que quando se descobre a afecção, costuma ser tarde demais (uma exceção tem sido a cirurgia bariátrica, que tem conseguido reverter muitos casos de doença desse tipo, relacionados à obesidade "mórbida"). Além disso, exames podem ser úteis para se ter uma idéia da função do fígado, mas o diagnóstico definitivo é somente dado pela biópsia, que não é algo que se faça em "qualquer esquina" (e a biópsia é sujeita a falhas, visto que retira uma amostra de uma 50000a. parte do órgão)!
Informe-se a respeito. Cuide-se. Respeite esse órgão tão esquecidinho.