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11 de abril de 2017

Poderosa


Se eu tivesse um discípulo como daquela série televisiva do passado, e ele viesse me perguntar:
"Mestre, sobre qual hormônio devo aprender?"
Diria: "Leia tudo o que puder sobre a insulina, Gafanhoto (era esse o nome do discípulo, se a memória não me trai)!"

A maioria das pessoas tendem a pensar na insulina como um remédio. Um remédio para a diabete. Não é (ou não é só isso).
A insulina é um dos principais hormônios do nosso organismo. Apesar da sua ação mais conhecida de controlar nossos níveis de glicose (juntamente com o glucagon, esse sim, um total desconhecido), ela é direta (e também indiretamente, através da sua interferência com o próprio hormônio do crescimento) responsável pelo desenvolvimento corpóreo humano, do feto à idade adulta. Seus níveis podem ser muito alterados, por exemplo, pela dieta materna na gravidez, afetando todo um potencial de crescimento do futuro adulto, mesmo depois de décadas após este ter se "desligado" do corpo materno!
A insulina afeta (e muito) nosso comportamento alimentar, e é afetada por ele. Uma pessoa que come "montanhas" de comida não somente engorda. Altera a sensibilidade da sua insulina nos diferentes órgãos, criando um círculo vicioso de mais fome, mais produção de gordura, mais insulina (e outras dezenas de substâncias inflamatórias orgânicas), facilitando o aparecimento não somente da diabete, mas de uma dezena de outros problemas médicos, como o infarto, o AVC, a artrite e a asma (quem costuma imaginar que a asma poderia ser melhorada com tratamento "endocrinológico", ou mais propriamente nutricional?).
Uma insulina constantemente elevada (mesmo por situações genéticas) é favorecedora, por exemplo, do surgimento de vários tipos de câncer (claro que não somente ela). Seu "mau funcionamento" está também na base do aparecimento dos chamados ovários policísticos, e mesmo de algumas alterações comportamentais humanas. 
E não vou me estender mais para que você não caia no sono (sono, outra função que altera a ação insulínica, oops!).
Aí você, que chegou até aqui, deve estar pensando:
"A insulina usada como tratamento (como remédio), faz as mesmas coisas?"
Sim, faz, de maneira um pouco diferente, pois insulina da mesma forma. 
"Então não deveria ser utilizada?"

Assim como não "nos livramos" dos efeitos "maléficos" da insulina que nós mesmos produzimos (produzimos pelos outro tantos efeitos benéficos, como a construção de músculos saudáveis e fortes, por exemplo), no caso da insulina exógena (medicamento), também temos "que engolir" seus malefícios. Daí a necessidade dos rigores nas doses, bem como nas medidas dietéticas e de atividade física.