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6 de janeiro de 2015

"Tirou Com A Mão"


São poucos, muito poucos os remédios que nos últimos tempos (por exemplo, nas duas últimas décadas) fizeram grandes diferenças em tratamentos clínicos de quaisquer doenças.
Alegadas diferenças, aí a história é outra...
Um exemplo que me vem à cabeça é o caso do Helicobacter pylori. Pacientes com gastrite ou úlcera sofriam os diabos com dores recorrentes, faziam mil dietas, submetiam-se a cirurgias para se livrar de um problema que o tratamento atual (a erradicação do H. pylori, a bactéria imputada na maioria dos casos das gastrites e úlceras, com uma combinação de antibióticos mais um antiácido) "tira com a mão", como costumam dizer os pacientes.
A disfunção erétil (embora não seja exatamente uma "doença") também, aparentemente, se beneficiou de uma (ainda) nova droga nas últimas décadas. Velhinhos duram mais atualmente, e querem fazer (quase) tudo que os jovens fazem, e têm mesmo esse direito.
E quase que para por aí.
Deprimidos tiveram sua promessa, com o aparecimento da fluoxetina (Prozac). Mas não estamos vendo todas as pessoas saltitantes pela rua (graças a Deus!). Já saltando de pontes - sem corda amarrada ao tornozelo - parece que anda um pouco mais frequente.
Diabéticos também têm do que se queixar. Cada novo medicamento vem com mais decepção e perigos do que com alívio. Obesos, da mesma forma.
Vamos, assim, ficando desconfiados das novidades. 


Desconfiança que, aliás, faz muito bem para a nossa saúde.