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16 de outubro de 2009

Não É, Já Foi


Poucos termos utilizados em Pediatria são tão imprecisos como a tal “infecção intestinal”.
Pra começar, infecção intestinal não é exatamente um diagnóstico. O intestino já é um órgão “infectado” por natureza. A quantidade de bactérias que por ele circula é algo de extraordinário.
E “circula” é o verbo apropriado, pois há porta de entrada e de saída. Além do mais, a renovação celular intestinal é constante, levando consigo pretensas bactérias invasoras literalmente descarga abaixo.
Daí a imprecisão da definição de flora intestinal “amiga” e flora patogênica (causadora de doença). São muitas vezes parte da mesma coisa, são conceitos dinâmicos.
Por isso, uma cultura de fezes (coprocultura) é um instrumento tão pouco confiável.
A impressão que muitos pais têm quando ouvem este diagnóstico (“infecção intestinal”) por parte dos médicos é de que é algo grave, que precisa tratamento (a grande maioria das diarréias infecciosas em crianças previamente saudáveis é auto-limitada, curam sozinhas) e que a “infecção” pode continuar por ali para em algum momento voltar a assombrar o paciente.
Então, papais e mamães, lembrem-se:
Se você quer ver uma bactéria no intestino, não tire foto, filme-a, pois ela está ali normalmente de passagem!
Teste de Sobriedade

Caso você tenha caído na conversa do Felipe Massa, evite pronunciar o nome dos pneus do seu carro durante uma blitz:
-Bridgestone.
Vai passar por bêbado.

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