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14 de agosto de 2009

Vendas


Pra você ver como nossa cabecinha humana funciona quando se trata de doença, morte, etc.:
Se você perguntar para algum seu parente de pouco mais de idade (notadamente dos 50 anos para cima) se ele toma alguma medicação, provavelmente vai ouvir falar das estatinas, tenha ele (a) sofrido um infarto ou não.
Há alguma prova de que as estatinas realmente funcionam para alguma coisa?
Lá vai um alto e sonoro:
Não!
Mas... então por que se prescreve? Por que tanta gente toma?
Boa pergunta.
Acredite você ou não:
Primeiro, porque precisamos de um remedinho mágico (e como as estatinas nos prometem mágicas!). Senão como iríamos encarar a culpa da nossa torta de chocolate do meio da tarde, da nossa preguiça para a malhação do início da noite, do nosso churrasco do final de semana?
Segundo, porque é o que se espera daqueles sujeitos vestidos de branco (os de gravata são os melhores): que nos prescrevam algo, que façam algo por nós (já que anda difícil fazermos nós mesmos).
Que importa que os estudos sérios desmintam seus efeitos, que falem duma toxicidade muscular importante (escondida pela vasta oficialidade de rabo preso), que mostrem que a diminuição dos níveis de colesterol não leva a absolutamente nenhuma modificação no prognóstico de infartados, hipertensos e etc., que mostrem uma associação perigosa com certos tipos de câncer, que acelerem a perda cognitiva associada à idade?...
Fechamos olhos e ouvidos pra tudo isso.
Preferimos a doce música da propaganda. E a nossa paz de consciência. Ainda que comprada.

(a esse propósito, o cardiologista e pesquisador Michel de Lorgeril publicou um livro, “Colesterol, Mentiras e Propaganda” – ainda somente em francês – mas cujo resumo pode ser lido aqui)
Postagem oferecida pela Escola Maternal Centopéia Perneta

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