Nenhum assunto médico mexeu tanto com a cabeça dos não-médicos quanto esse coronavírus.
Nenhum assunto médico mexeu tanto com a cabeça dos médicos quanto esse coronavírus.
Nenhum assunto mexeu tanto com governantes.
Nenhum assunto mexeu tanto com a mídia.
Nenhum assunto mexeu tanto com como se leva(va) a vida no planeta.
E, também, nunca se teve tanta incerteza, tanta mudança de opinião, tanta discórdia entre médicos, não-médicos, mídia e governantes.
É por isso que ando mais calado. Não só pela "máscara" (que agora a Organização Mundial da Saúde "mandou" chamar não mais de máscara, mas de "proteção facial" - era o que estava faltando para resolvermos a pandemia!...). Mas também pela percepção de que quase não há mais o que falar. Quase não há mais o que ouvir.
Tudo de errado já foi dito.
Tudo de certo, também. O problema aqui é semelhante à questão do vírus: onde está? Onde esteve? A verdade passou - ou tem passado - pelas nossas mãos, pelas nossas ideias, ou passa longe? Estamos cegados por ele a ponto de não mais enxergarmos obviedades médicas, científicas, políticas, econômicas, humanas?
Quem vai sair como "o que estava certo" no final de tudo isso? Não é uma ironia global, no momento em que estamos mais engajados, conectados, informados, informatizados, é justamente o momento no qual estamos nos sentindo mais perdidos?
Sairemos mais fortes? Não apenas na imunidade, mas na humanidade? Veio para o "bem"? Ou veio apenas para nos abrir os olhos - de novo - para nossa insignificância?
E se veio para isso, não veio, justamente, para "o bem"?