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23 de fevereiro de 2010

Dum Furo a Outro


Você sabe que cientista sai medindo tudo, não é mesmo?
Então. Uma das medidas mais escondidinhas do nosso organismo é a distância que vai do ânus até a vagina nas meninas ou do ânus até a bolsa escrotal nos meninos (distância anogenital).
E serve pra que essa medida estranha, hein?
Há polêmica. Mas pesquisas com outros animais sugerem que nos “meninos” quanto menor essa prudente distância ao nascimento, maior a exposição da gestante a substâncias anti-androgênicas (substâncias que atuam contra a formação intra-uterina de um feto do sexo masculino normal, na anatomia e/ou na função).
É o que tem denunciado nos últimos anos a pesquisadora americana Shanna (apenas uma coincidência!) Swan. Segundo ela, a intensa exposição pessoal e ambiental aos ftalatos (compostos químicos largamente utilizados no plástico industrial, presentes desde produtos de higiene e beleza até cápsulas de medicamentos) tem provocado alterações na capacidade reprodutiva humana.
A Europa já tem proibido o uso do ftalato. Os Estados Unidos, ao que parece, seguirão pelo mesmo caminho. Nós? Nós, pelo jeito estamos esperando o trem passar...
(Obs.: estudo recente apresentou a hipótese de que a ginecomastia – aquele aumento incômodo das glândulas mamárias no adolescente do sexo masculino, possa estar relacionada à exposição ao ftalato).