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28 de março de 2014

Feijão, Sob Pressão


"Feijão tem gosto de festa
É melhor e mal não faz
Ontem, hoje e sempre
O preto que satisfaz!"

Se você não é velhinho como eu, talvez não conheça esse "clássico" cantado pelas Frenéticas (hoje todas respeitosas senhoras).
Lá no começo, a letra diz:
"Dez entre dez brasileiros preferem feijão"
E é mesmo uma verdade. Uma preferência nacional. 
E ainda que boa fonte de proteína e de ferro (muito menos nobre que nas carnes, pois a própria leguminosa possui fitatos e tanino, que atrapalham a absorção do ferro e do cálcio e das proteínas, respectivamente) não é um alimento assim tão essencial!
Digo isso porque as mães, quase sempre ansiosas com a nutrição dos seus filhos, muitas vezes obrigam seus filhos a comer a "meleca". Sem levar em conta justamente isso: pra algumas crianças o feijão pode ser apenas uma "meleca" que os pais as forçam a comer, aumentando a "raivinha" contra o alimento.
Ninguém, é claro, deve comer algo por obrigação, mesmo quando é saudável (o inverso não é verdade: pode-se, e é até recomendável, proibir as crianças de comerem o que não é saudável).
Se o seu filho também odeia esse tal de feijão (muitos pequenos acham que o feijão "suja" o prato de preto), libere-o da agonia.
Dê o exemplo: coma você (se você gosta!) e aguarde até o dia que ele faça as pazes com o pretinho (ou deveria dizer: afro-leguminosa?).

(Claro que a regra vale pros outros alimentos saudáveis. O feijão é, no entanto, emblemático)

25 de março de 2014

Tá Bom, Mas Tá Ruim


Há uma idéia corrente de que um jovem que se descobre com diabete tipo 2 terá mais chances de uma vida longa (ou, para ser mais exato, menor chance de uma vida curta) do que aquele com diabete tipo 1.
Isso se deve em parte (e principalmente) porque a diabete tipo 1 passa a noção de "insulina zero": o paciente inicia o tratamento com insulina desde o primeiro dia sem discussão, visto que seu pâncreas praticamente parou de funcionar.
No caso do diabete tipo 2 (geralmente ligada à obesidade ou aos maus hábitos da mesa e do sofá, mas também à genética) a aparente reversibilidade da situação ("é se mexer mais e comer menos, moleza!") faz com que pais e demais envolvidos procrastinem nas necessárias mudanças.
E aí, os problemas aparecem.
Um longo estudo recente (bom porque longo, comparando a evolução de jovens por mais de 30 anos com as duas condições) mostrou que nos diabéticos tipo 2 a mortalidade é maior (quase o dobro), em alguns casos em indivíduos com menos de 30 anos!
Além disso, nesse grupo vários fatores de risco cardiovasculares, renais e oftalmológicos já estavam presentes bem antes do jovem se descobrir diabético (a diabete seria a cereja no amargo bolo dos riscos metabólicos).
O que nos leva ao velho problema da atuação prévia ao estouro da bomba, ainda quando o pavio está crepitando. 

21 de março de 2014

Demães


E, falando no assunto abaixo (sexualidade), o grande filme da Europa esse ano, vencedor de vários Cesar (o Oscar de lá), foi Les Garçons et Guillaume, À Table! (Eu, Mamãe e os Meninos no Brasilum filme que mostra de forma irreverente - mas também trágica - a história de um rapaz que, por ser muito submisso à forte personalidade materna, vai se acreditando homossexual. Para a aparente satisfação da mãe, que não quer admitir "concorrência" feminina no coração do filho. Uma situação menos ficcional do que se possa imaginar.
Muito interessante, psicanalítico, engraçado e revelador.
Mais interessante ainda pelo fato de ser um filme autobiográfico (que não esconde a verdade nem no nome do personagem: o do próprio roteirista, ator e diretor - e de quebra, também "mãe" no filme - Guillaume).
Na vida real, Guillaume é casado com uma mulher (aquela que, segundo ele, o fez ver que não era "exatamente" homossexual - ele se declara bissexual, mas amando uma mulher), com quem tem um filho de 7 anos.
Anote, vale a pena!

Falando nisso, como sou pouco católico, fui saber somente essa semana: 
Mulheres que se casam com homens muito "mamãe isso, mamãe aquilo" podem pedir à Igreja a anulação do casamento! Uma condição chamada oficialmente de "mamismo" (mammismo, em italiano, que é de onde vêm as regras do catolicismo).
Sabia?

18 de março de 2014

Sexoquê?


Sexualidade.
Os filhos devem aprender dos pais. 
Os pais aprendem de quem?
Homens: normalmente não querem nem saber de sexualidade. A maioria nem sabe o que significa ("sexoquê"?). Sexo, sim, sabem. Ou acham que.
Há três "classes" de homens que se interessam pelo assunto:
1) homossexuais: com o viés do homossexualismo (tiveram que aprender "na marra")
2) religiosos: com o viés da religião, o que é péssimo
3) estudiosos: o melhor dos três, apenas que com mais vivência teórica que de realidade (vivência). Há um video de um professor de uma reputada universidade americana olhando para o chão e sorrindo nervoso durante toda sua palestra.
Sobra para as mulheres: mães, sexólogas, psicólogas. Mas aí, de novo, com o viés da cabeça feminina (que, diga-se de passagem, é muito mais centrada que a do homem nas razões da sexualidade).
Há sites proliferando, e isso certamente ajuda.
O que se percebe, no entanto, é que ainda engatinhamos na percepção da importância do tema. 
E aí, quando um filho(a) desenvolve algum comportamento "perturbador" em relação à sua sexualidade, os pais se vêem subitamente perdidos. E mais, com a urgência de tomar alguma atitude ou postura (não pode ser assim: mãe, eu sou gay! Espere que eu vou consultar uma enciclopédia!).
Ei, mas... e as escolas? - perguntará você, para aliviar sua consciência.
Qual delas?
A religiosa, que nega os ardores do jovem, na qual tudo é pecado? A moderninha, liberal apenas para agradar a sociedade onde se insere, mas que não se compromete com as consequências que todos vemos? A "engajada", que "toma pau" dos pais quando vai um pouco mais além nas questões que eles mesmos às vezes se acovardam de enfrentar? 
Em qual dessas seu(ua) filho(a) está matriculado(a)? 

14 de março de 2014

O Time dos Pais Sempre Perde


vários estudos recentes mostrando que não são somente as mães que "tomam um banho de oxitocina" quando seus bebês nascem.
A oxitocina é o "hormônio da ligação" por excelência. Mamães (mas também papais), ao elevarem seus níveis, vão ficando mais propensos aos cuidados com seus filhos, vão se tornando mais caseiros, vão dando menos importância para o que acontece fora do seu pequeno círculo familiar e vão ficando até mais calminhos, pois a oxitocina tem efeito anti-ansiedade comprovado (claro que esses efeitos não duram para sempre!).
É por isso que nós, viciados numa pelada (pelada: jogo de futebol entre amadores, bem entendido!), percebemos com frequência que novos pais, quando "liberados" das suas respectivas esposas para "voltar aos gramados" ficam assim tão lesados por algum tempo!
Não são só as noites mal dormidas, não é somente algum período de inatividade e comilança. 
A culpa é dessa oxitocina, essa encerradora precoce de carreiras! Futebol, assim como outros esportes competitivos, precisam de uma dose de ansiedade, de "nervosismo" (o que se costuma  confundir com "macheza"). O que acaba por fazer falta nesse time sorridente, com constante cara de bobo.
(Interessante notar que mesmo para alguns jogadores profissionais a volta da maternidade é meio complicada...) 

11 de março de 2014

A Casca do Ovo ou a Galinha


A plagiocefalia, a deformidade do crânio mais frequentemente vista em bebês, costumava gerar pouca ansiedade, fosse nos pais - que muitas vezes não a percebem - fosse nos próprios pediatras.
"Desentorta" com o tempo e com o crescimento do crânio, e não é comum que dê qualquer problema - a resposta oficial dada para os pais.
O porém é que plagiocefalias têm se tornado mais comuns pela incidência maior de prematuros sobreviventes. E parte da explicação para seus craniozinhos "tortos" é a postura que assumem, seja na UTI neonatal, seja depois, já em casa.
É quase inevitável, portanto, que "entortem". 
E aí, nos estudos comparativos das crianças com plagiocefalia com aquelas que não a têm, problemas de desenvolvimento (linguagem, problemas motores, de aprendizado, etc.) estão sendo mais comuns.
O que se acha, no entanto, é  que a plagiocefalia pode ser mais um "marcador" de que as coisas não andaram (ou mesmo não andarão) muito bem para aquele bebê do que uma propriamente uma causa de problemas. 

7 de março de 2014

Um Continente Sem Conteúdo



Bonés de marca: caras indumentárias dos "excluídos"


Eu sei que eu vivo em outra época (outro lugar também, vá lá!), mas não consigo parar de me assustar com a estagnação (ausência) das políticas públicas para os chamados "excluídos" (pobre não pode, né?). Que, claro, é a maior parte da população (de que adianta ser pobre - desculpa, foi só essa vez - se você não pode estar com a maioria?).
Nunca ("na história desse país") foi tão fácil agradar ao povão. Mesmo a mídia que já foi algo elitista precisa faturar, e se jogou de costas e braços abertos nos braços levantados da galera (vide - ouça-se - "Piradinha", a grande jóia da MPB que atravessou o ano - bem como nossas membranas timpânicas - e ainda causa estrago. Pergunta que não quer calar: por que acrescentaram a sílaba "di" num termo que já existia? Deixa pra lá...).
Quer perder uma reeleição? Encha uma praça e apresente uma peça em português (aquele idioma falado - e escrito - antes do advento da internet, que foi quando os professores desistiram de tentar ensiná-lo). Ou contrate músicos: alguém que tente impor alguma melodia e letra ao barulho. Pronto: Derrota na certa para aquele candidato que promete recolher a polícia em dia de pancadão.
Assim nós vamos. Deixando que o jovem pense que pode juntar vida honesta e esforço com bens de consumo - até que ele se torne um pouco menos jovem e perceba o quanto foi enganado, partindo para algum método mais radical para realizar seus desejos. Negando a elevação espiritual além dos estreitos limites do ilusório Facebook, do Youtube e das novelas da Globo. Esquecendo os conceitos morais e filosóficos e apresentando apenas a religião (de preferência uma ortodoxa ou uma "de resultados") como alternativa à quem não quer se perder.
Não se pode admirar o bom quando só se conhece o ruim. Só há dois caminhos para os maltratados: a resignação ou a contestação, e nenhum dos dois costuma ser construtivo para o futuro de uma cidade ou de um país.
Os "rolezinhos" não são exemplo de discriminação social, racial ou de violência organizada. São um pobre (muito pobre, paupérrimo) grito de socorro de uma geração que só aprendeu a desejar três coisas: fama, diversão e consumo. Desejos legítimos, ou até mesmo louváveis. Mas que isolados de outros interesses só servem para gerar mais busca de diversão, fama e consumo. Não são os pilares de nenhuma sociedade sólida.

4 de março de 2014

Ã-Ã!


O programa Fantástico do dia 16/02/14 falou dos perigos das novas drogas sintéticas, que estão por aí, literalmente na boca do povo jovem, nas baladas em que a "cara limpa" é quase um escândalo.
O Fantástico da semana seguinte (23/02/14) incluiu um comunicado da carochinha da Anvisa dizendo mais ou menos assim:
"Pais do Brasil inteiro, durmam despreocupados, pois o governo (da carochinha) do Brasil já cuidou de vocês  - e dos seus filhos: vinte e uma novas drogas sintéticas (as duas da reportagem do dia 16/02 mais dezenove) foram identificadas e incluídas  no rol das drogas proibidas. Estaremos vigilantes!".
Pois se o barato dos "fabricantes" desse tipo de droga (maior barato do que o fugaz barato dos usuários) é justamente criar novas e novas drogas a cada mudança na temperatura, a cada variação do pH, a cada "erro" industrial, tornando-as inidentificáveis aos controles, sejam alfandegários, policiais ou mesmo dos apurados olfatos caninos!
Não venham, por favor, nos iludir com medidas de segurança eficazes como o dizer um "ã-ã" pras crianças que querem empurrar o vaso da mesa de centro pra ver se quebra.