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29 de novembro de 2011

O Nariz Torcido do Balconista

A consulta médica anda muito cara?
Poderia estar mais barata, mas parte do preço (cerca de 12,33%, nos convênios arredondado para 14%)* se deve à taxa i-balconista.
O que é a taxa i-balconista?
Muitas e muitas vezes o médico explica para seu paciente:
“Olha, você usa essa medicação assim e assim, retira da caixa, cuida pra não pôr água quente demais no pó, põe na geladeira, vira pra Meca, salta três vezes com o pé direito e... qualquer dúvida, me liga – ou retorna, ou etc.”.
Sai o paciente satisfeito – ou não inteiramente, como sói acontecer – e, ao chegar ao balcão da farmácia, tem a sua receita inspecionada com olhar de perito pelo balconista (que tem PhB – “B” de balcão) e ouve:
“Iiiih!... Cê vai dá isso aqui pro seu filho, é?”
Pronto! Desfez todo o processo terapêutico!
O médico pode realmente ter errado na escolha da medicação (é humano), pode ter errado até na dosagem (o que é mais grave, e merece um questionamento de seja lá quem for, deve ter a humildade de reconhecer e corrigir).
O problema é o balconista querer estar acima, tentando inverter papéis ou assumir um papel que não é seu.
Cria – ou amplia – o medo da medicação, faz o paciente desconfiar do ignorante do seu médico, quebra o tencionado encanto do tratamento.

* Só pra esclarecer, a referida taxa é ficcional. O balconista, no entanto, não o é!

25 de novembro de 2011

Super Bonder

Atualmente, quando se fala de alterações comportamentais, em muitos casos há como se provar por A + B o que acontece.
Em interessante trabalho de investigação, o psiquiatra infantil norte-americano James Swain mostra que as alterações do organismo materno após o nascimento dos filhos não são somente hormonais. São de funcionamento cerebral e, mais do que isso, de estrutura do próprio cérebro (demonstrados por ressonância magnética funcional, exame que “enxerga” o cérebro funcionando).
Novas mamães têm tendência a desenvolver sintomas de ansiedade e, em alguns casos, algo parecido com transtornos obsessivo-compulsivos (aquela coisa de checar vinte mil vezes se o bebê está bem agasalhado ou mesmo respirando), com melhora a partir de alguns meses de vida do pimpolho.
Curiosamente, mães “veteranas” (a partir do segundo filho) não chegam a mostrar tais alterações de forma importante e, mais do que isso, demonstram ativação em áreas de recompensa cerebral (como se o cérebro dissesse: “agora que você já sabe o caminho das pedras, relaxe e goze!”).
-E os pais?
Pais também mudam. E mudam mais quanto mais tempo passam com seus filhos (também demonstrado pelas imagens).

22 de novembro de 2011

O Perigo Mora Aqui

Comportamentos humanos são considerados bizarros até a gente perceber que as bizarrices são mais comuns do que a gente imaginava.
Parece que é o caso com (tire as crianças da sala!) o hábito de se (digamos) “ingerir” objetos pela porta da saída.
Tô muito metafórico, né? Mas acho que você já entendeu...
Quase todo mundo já ouviu falar de história parecida – que viram verdadeiros dramas - na sua região, cidade ou até mesmo na família!
Três cirurgiões americanos resolveram faturar com o lado tragicômico dos seus pacientes e compilaram 100 chapas de raio X com os mais diversos objetos inseridos (acidental ou – muito mais freqüente – propositalmente) no seus desprezados canais anais.
Aí (ou lá) vemos o quanto a imaginação das pessoas não conhece limites. A lista inclui iPod, cabide, caneca, o pobre astronauta do Toy Story, pás de batedeira, faca (!), garfo (!), óculos, cinta, mouse, pinça (!), revólver (!), fita cassete e os mais populares saleiro, embalagem de desodorante, lâmpada e a popularíssima garrafa.
Quase todos adentrados acidentalmente no ato de sentar, o que faz imaginarmos que este seja o ato mais perigoso perpetrado pelo homem em toda sua história (e eu que imaginava que era o bungee jumping!).

18 de novembro de 2011

Lixo Tóxico

Nada contra a Laika ou o Totó, mas se você não tem cachorro em casa, sabe do que eu estou falando.
Quando a gente entra na casa de alguém que tem cachorro, sente o cheiro que os donos da casa com freqüência não sentem – ou não sentem muito.
Da mesma forma com o cigarro.
Quem fuma não se dá conta, mas o ato de fumar dentro de casa deixa “marcas” que permanecem em sofás, tapetes, paredes, cobertores, etc.
São resíduos químicos liberados pela fumaça, que contém inicialmente os conhecidos nicotina e alcatrão, mas que combinados às partículas presentes no ar, criam uma mistura “explosiva” (não literalmente, felizmente) que permanece no ambiente por horas ou até dias, com potenciais danos para a saúde.
A lista inclui:
 Cianureto de hidrogênio: usado para fabricação de armas químicas, gás utilizado também para matar formigas (“Ôpa, vantagem para mim, não vou ter formigas em casa!” – já devem estar dizendo os fumantes...)
 Butano: gás utilizado na fabricação de isqueiros e refrigeradores
 Tolueno: usado na fabricação de solventes
 Chumbo
 Arsênico: usado em herbicidas e pesticidas
 Monóxido de Carbono e até
 Polônio-210: agente carcinógeno (causador de câncer) altamente radiativo.
É o que está sendo chamado de fumo de “terceira mão” (third-hand smoke), por falta de termo melhor. Seria a terceira via pela qual os cigarros fariam mal: o fumo “direto”, a fumaça inalada no ambiente dos fumantes (second-hand smoke, fumo de “segunda mão” ou fumo passivo) e esta nova forma, recentemente descoberta.

(obs.: já tínhamos alertado aqui sobre dois riscos pouco conhecidos em ambientes de fumantes: a diabete e as infecções graves. Resta aos pais fumantes renitentes apenas uma coisa: a famosa política do avestruz)

15 de novembro de 2011

Violência Gera Audiência

Estreou com estardalhaço nesta semana na Rede Globo (cada vez menos global, graças a Deus) um “esporte” fascinante.
Um esporte cujo objetivo – até onde sei – é pegar pesado, é bater duro no adversário até tirar sangue. Ou provocar uma grave concussão.
Esporte pra macho. (Macheza, como você sabe, tem duas medidas de direção oposta: número de fibras musculares ou número de neurônios. Não sabe o que são neurônios? não pergunte pro macho!).
Chama-se UFC. Que quer dizer: Ultimeiti Fáitim Xampionchip (o que quer dizer? de novo, não pergunte pro macho). Nem se preocuparam em traduzir...
É deprimente. Pelo que vamos percebendo, vamos tendo que engolir. É muito dinheiro. É muita propaganda – e é só o começo. Não leva um ano, terá se infiltrado nos lares brasileiros, como já vem fazendo em boa parte do mundo.
- Ah, mas passa tarde da noite, as crianças estão dormindo!...
Tá bom. Então desligue a internet. Não veja mais qualquer noticiário. Faustão, nem pensar. Programa de entrevistas também não.
O que me deixa mais (vamos usar palavras leves pra não cair no mesmo nível) “zangado” é ver apresentadores de jornal, comentaristas do que se costumava chamar de esportes, entrevistadores, atores de novelas, ou seja, todos que recebem um holerite da emissora de televisão fazerem cara de quem se interessa por narizes quebrados e lonas sujas de sangue.

11 de novembro de 2011

Benzadeus

Benzetacil.
Pra muita gente, essa palavra dá frio na espinha.
Dia desses uma avó me contou que determinado médico prescreveu a injeção pro seu neto. Teria sido melhor a sugestão de uma cirurgia craniana. Correu risco de vida (o médico, não a criança).
E aí fiquei pensando...
Além da evidente dor, por que tão demonizada a medicação que já salvou muita gente boa (e ainda continua salvando)?
Porque tem medicação mais facilmente administrada, ok.
Porque não precisamos judiar dos bumbuns das criancinhas, vá lá.
Mas a penicilina, ainda que tenha sido o primeiro antibiótico descoberto (e isso não faz tanto tempo, é curioso), age sobre germes que outros antibióticos modernosos não agem (ou não agem tão bem), não cria resistência bacteriana de forma importante (como muitos dos modernosos), e, na forma benzatina (a Benzetacil, que dói porque se transforma em depósito muscular com liberação gradual da droga num período de cerca de 15 dias) livra parentes de brigarem com seus filhotes rebeldes para tomarem medicações pela boca.
Agora, nada disso é mais assustador que o mito.
O mito de que vai dar alergia. De que vai ter que fazer teste. De que se tem que fazer teste deve dar problema. De que tem gente que morreu tomando penicilina (ou injeções, de uma forma geral).
Pobre Benzetacil.
Também, que laboratório farmacêutico ainda vai querer promover um remédio que nas boas casas do ramo não custa mais que $ dérreal?

8 de novembro de 2011

iPad= "Almofadinha Virtual"?

Mesmo com toda sua genialidade, dessem a ele cem anos de prazo, Steve Jobs não teria inventado nenhum substituto minimamente à altura do soninho.
Soninho é insubstituível na reposição de energias, na manutenção do equilíbrio mental, na prevenção de doenças, no backup da memória e etc. - para não nos estendermos muito.
E aí, todas essas coisinhas fascinantes que caras como o Steve (íntimo, eu) pôs nas nossas mãos nos últimos anos, têm nos roubado o precioso tempo que até pouquíssimo tempo atrás - exceção feita aos que não mais escovam os dentes ou os cabelos - dedicávamos ao ... soninho.
Falta pouco para identificarmos nas ruas (para os que saem às ruas) os aficcionados das novas tecnologias: olheiras imensas, palidez webcaniana, um mau humor constante de quem foi desgrudado das suas maquininhas.
Aparência de superioridade doentia dos que pensam que aprenderam a dominar o sono.

4 de novembro de 2011

Biodesagradável

A grelina, você já deve saber, é o hormônio produzido pelo estômago que avisa ao organismo que é hora de buscar comida, que a pança está querendo ficar vazia (mais grelina, mais fome).
Pesquisas recentes mostram que pacientes (pacientes ratos nesse caso, mas pacientes ainda assim) em que se eliminou o H. pylori (a bactéria sentada no banco dos réus na maioria dos casos de gastrite e úlceras do estômago) com o uso de antibióticos mantêm seus níveis de grelina sempre mais elevados, com ou sem comida na pança (ou seja, os ratinhos ficam quase que perpetuamente com fome). A tal bactéria teria, então, alguma função importante na regulação dos níveis de hormônio produzidos pelo estômago.
Ainda não se sabe ao certo, mas pacientes humanos que se utilizam de antibióticos com mais freqüência podem também ter seus níveis de “avisadores de fome” desregulados – talvez para sempre – o que implicaria de certa forma numa causa “infecciosa” (ou, mais propriamente “desinfecciosa”) para os níveis atuais de obesidade.
De forma simplista, podemos entender o fenômeno da seguinte forma: nossas bactérias comensais também se nutrem das nossas calorias - pois comensais. Quando as eliminamos, nutrimo-nos (ou supernutrimo-nos) nós!
De novo, o “perigo” da coisa: a comercialização (sem nenhuma prova de que funcione) das bactérias “probióticas” para explorar ainda mais os fofos e fofas.

1 de novembro de 2011

Arditos ®

Intestino preso.
Não é meu problema. Meu intestino é mais solto que telhado de barraco.
Mas confesso que vivi uma experiência que me fez entender porque boa parte das crianças atualmente são constipadas.
Culpa dessa dieta moderna repleta de coisinhas à base de milho.
Numa noite de plantão tive um ataque de fome de Doritos no meio da madrugada (atenção: isso não é um merchandising, é mais um anti-merchandising!).
Mais de 36 horas depois, quando as coisas foram inevitavelmente acumulando à montante, você pode imaginar (não vou ficar aqui descrevendo meu suplício!).
Então.
No mundo inteiro – mas principalmente nos países subdesenvolvidos – crianças se entopem de Doritos, Cheetos, Baconzitos (originais e, principalmente, genéricos). Fonte barata de caloria, com quase zero de fibra.
Haja fiofó!