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29 de janeiro de 2010

Brecha


Você talvez já tenha visto alguma criança pequena usar antibiótico e, após, aparecer com “sapinho” (candidíase ou monilíase), não já?
Por que isso acontece?
Há alguns anos que se demonstrou que o uso de antibiótico sinaliza para o organismo de que “chegou ajuda” para combater agentes agressores (bactérias e/ou fungos, normalmente).
É como se essa ajuda “dissesse” para as células de defesa do organismo (linfócitos): “OK, podem relaxar um pouco agora, chegou ajuda!”
Aí, os fungos (cândidas) se aproveitam da brecha: sapinho na boca ou no bumbum...
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26 de janeiro de 2010

Saúde Cardiovascular? Foque na "Pança"!


Nenhuma novidade na matéria de anteontem (24/01) do Fantástico sobre os menores efeitos maléficos da obesidade “estilo pêra”, comum principalmente às mulheres, e mais especificamente às mulheres brasileiras padrão (tronco mais fino associado a um “bundão”).
Estética à parte, a diferença na questão saúde cardiovascular ou não – como foi falado na reportagem – é dada por um hormônio. Faltou somente nomeá-lo: é a adiponectina, presente na própria gordura do corpo e que sinaliza a todo o organismo a necessidade de estoque quando se come em excesso (criando mais gordura corporal – gordura justamente do tipo pêra, perpetuando o processo).
O problema é que com tanto excesso de oferta calórica mesmo quem tem tendência à obesidade “pêra” (seja por pertencer ao gênero feminino, seja pela genética mais “magra” de tronco), termina por criar também obesidade de tronco (a famosa pancinha), a chamada obesidade do tipo maçã, mais comum aos homens (algo como uma “macêra” ou uma “peraçã”, um misto das duas obesidades, aí sim aumentando o risco de doenças cardíacas e vasculares).
É a coisa do “não ter mais onde pôr”.
Por isso, o enfoque no tamanho da cintura, bem como no tamanho do apetite de cada um (não adianta ser magro e comer de montão, por exemplo).
Bumbum maior ou menor, coxinhas ou coxões, têm por isso mais uma conotação de “gosto do freguês”.

Tentando ainda simplificar esse imbróglio hortifruti:
Pêra, já se nasce (apenas que o formato se materializa normalmente a partir da adolescência, queira-se ou não).
Maçã, qualquer um de nós pode ficar (mesmo as prévias pêras). É só descuidar.
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22 de janeiro de 2010

Tope Faive


Cinco das principais bobagens comerciais da área da saúde no Brasil:
1) ou letra A, de Activia: um iogurte. Ponto. Faz fazer cocô assim como uma cenoura (atenção: comendo-a!) ou como uma lasanha à bolonhesa. Mas parece que quem tem intestino preso tem também os neurônios igualmente travados.
2) tênis Ortopé: uma marca de tênis usado por crianças, “Ortopé...” (o ... “dico” é por sua conta!).
3) supositório de Transpulmin: ao ser devidamente introduzido no seu querido canal anal (o pior é que você introduz no dos outros - pobres outros!) produz, pela presença de substâncias voláteis irritantes impróprias para serem introduzidas ali, secreção mucosa (“catarro”, vai!) do próprio intestino, o que dá a impressão de catarro “do pulmão” nas fezes (e o pulmão lá, quietinho, respirando, fazendo de conta que não é com ele...).
4) Luftal: esse aí é tão eficiente quanto Coca-Cola: gases produzidos (pela “criação” de gases intestinais a partir da diminuição da tensão superficial dos líquidos ali presentes) serão evidentemente eliminados “de novo”, dando a agradável sensação dum pum saído da fábrica.
5) xaropes “expectorantes”: seu trisavô já tomava. Várias bobagens químicas cuja única função conhecida é nausear o tomante (aquele que os toma, não confundir com tomate, esse sim, muito saudável). Quando, então, o tomante vomita - se muito encatarrado – elimina, juntamente com outras chorumelas, o próprio catarro. Nada que uma boa escarrada não ultrapasse em efeito desejado e pirotecnia.

O curioso é que no caso do primeiro (Activia):




e do último (xarope expectorante Mucofan):





veja que os comerciais explicam tudo cientificamente: é só tomar que tudo se resolve (com a diferença de que num os pontinhos descem, noutro a fumacinha sobe).

E, olha, tem mais, hein?
(o problema é que a memória do escrivinhador é menos afiada que a pena...)
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15 de janeiro de 2010

Poupança Gastadora


Músculo.
Onde tudo que você põe pra dentro em termos de energia (calorias) se consome, se transforma.
Ao contrário do tecido adiposo (“gordurinhas” do seu corpo), que significam o saldo positivo do balanço calorias ingeridas vs. calorias gastas e que, além de tudo, joga muito contra seu organismo, por também ter função endócrina (o tecido adiposo produz vários hormônios, a maioria deles hormônios que tendem a perpetuar a própria obesidade).
Como ter mais músculos e menos gorduras?
A resposta: geladeira!
Carregando-a?
Pode ser também. Mas não podemos deixar de equacionar nossas escolhas alimentares (aquela balela de sempre: ênfase em proteínas, pouco carboidrato “pobre”, muita vitamina de fonte alimentar, pouca “química”, etc.) com nossa composição corporal (a história do “você é o que você come”, ainda que com ressalvas).
Ah, e um pouquinho de exercício diário (exercícios de força combinados a aeróbicos) farão grande diferença!

(a esse respeito, um artigo interessante foi publicado em 2006 com o título “O pouco valorizado papel do músculo na saúde e na doença”)

12 de janeiro de 2010

Farmacinha


Plantas têm sido usadas há séculos para tratar doenças e salvar vidas, graças às suas propriedades químicas intrínsecas. Substâncias são detectadas, extraídas, refinadas ou sintetizadas de forma industrial.
Um laboratório canadense está criando a nova geração de plantas que irá resultar em medicamentos.
Só que desta vez quase que pouco importam as plantas.
Isso porque elas são apenas os veículos para a modificação genética que introduzirá a substância desejada – no caso dessa pesquisa pioneira, a insulina.
É algo parecido com a fabricação de muitas das atuais vacinas, apenas que com a produção de substâncias com ação medicamentosa, para tratamento, ao invés de frações inertes de germes que induzem uma resposta imune (nas vacinas).
Muito bom para substituir medicamentos de origem animal ou humana.
O problema é que plantas espalham sementes, mesmo que não queiram.
E sementes “contaminam” outras plantações, fenômeno já amplamente documentado com as sementes geneticamente modificadas (grave efeito colateral ambiental, claro, não para nosso benefício).
Um grande perigo próximo será “tomarmos” medicamentos como a insulina sem precisarmos, ao comermos o pão nosso (e o biscoito, e o bolo, e ao tomarmos o suco) de cada dia.

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8 de janeiro de 2010

Os Maias e Os Incas


Pois é.
O ano virou e eu e você estamos aqui (quer dizer, eu aqui e você aí) da mesma forma.
Ou quase. Porque aquele tender que você acabou de comer não tinha nada de light, então sua forma está um pouco mais arredondada do que a de 2009.
E se você, assim como eu, já anda meio sem paciência com essa coisa de vestir branco, de agüentar foguetório, de se encher de areia, de ter que responder a feliz ano novo de bêbado passando com a cara pra fora do carro todos os anos, alegre-se: é só até 2012.
Sim, porque a essa hora todo mundo já sabe: essa festa – e todas as outras – acaba em 2012. Tá escrito. E tá logo ali. Só mais duas dessas viradinhas (cálice com cheiro de armário, tapinha nas costas de parente chato, São Silvestre que só ganha queniano, teclado com pagode no restaurante da esquina) e... pronto!
Pára essa encheção. Vamos ter que fazer tudo de novo.
Já tem gente – e não é pouca – armazenando água mineral, material pra fazer fogo e outras coisinhas básicas para a sobrevivência após o apocalipse (tá notando como o Baygon já anda mais caro?).
Nada de celular com acesso ao You Tube. Nada de Wii. Somente um ou outro CD do Roberto Carlos, ainda assim sem nada que sirva pra tocar (não deveríamos ter aposentado os Walkman, tá vendo?).
O problema é saber quem é que vai sobrar. Por isso mesmo é que eu não estou me apressando. Se eu sobrar pego emprestado de quem não sobrou.
É pena, sinto muito, mas do jeito que as coisas são injustas nesse planeta, provavelmente vai ser assim, mesmo: só choverá sopa pra quem estiver de garfo.

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5 de janeiro de 2010

Pop Down

Sem dúvida o acontecimento pop do ano passado foi a morte de Michael Jackson.
Um artista perfeccionista ao extremo, infatigável.
Fadiga. Morte.
Dois processos que acontecem o tempo todo em organismos vivos (a nível celular, bioquímico).
Ninguém consegue vencê-los. Quando muito, retardá-los. E apenas da maneira mais prosaica, mais antiga – e, sobretudo, menos comercial: com o repouso da “máquina”, deixando que ela recobre seu estado pré-fadiga.
O resto é loucura. O resto é realmente comércio.
Dietas, vitaminas, exercícios, massagens, câmaras hiperbáricas servem para movimentar uma economia baseada nas nossas angústias de finitude e decrepitude.



Michael Jackson não era Peter Pan, embora não quisesse acreditar nisso. Também cansava. Também fatigava. E também morria, ainda que afirmasse que com ele isso não ia acontecer (e não é que quase chegamos a pensar que não ia mesmo?).

1 de janeiro de 2010

Prospectiva 2010


Você, assim como eu, já deve ter assistido a algumas “Retrospectivas”, não é mesmo?
São programas que condensam numa velocidade assustadora todos os acontecimentos do ano.
Têm o poder de emocionar, se você se dedicar a assisti-los do começo ao fim.
Agora imagina se alguma vez fosse dada a você a oportunidade de assistir a uma “Prospectiva”. No dia de hoje, por exemplo, você reuniria amigos e familiares para assistir à “Prospectiva 2010”!
Feitos atléticos, desastres naturais, eleições, destituições, doenças, nascimentos, mortes(!), fatos completamente inesperados, avanços científicos, uniões, destruições...
E mais: tudo isso extensivo a você próprio e aos seus amigos e familiares!
Será – e aqui não quero mudar o tom do seu início de ano, apenas levá-lo a um pouco de reflexão – que ao término do programa você sairia para a festa feliz e animado ou talvez não conseguisse, com o impacto das notícias, nem ao menos levantar a taça do champanhe?
É por isso que na virada do ano se festeja. Festeja-se a esperança de coisas boas. Mas também a ignorância e a torcida contra as coisas ruins, que infelizmente – e inevitavelmente – irão também acontecer.
Festeja-se também a incrível capacidade da raça humana de acreditar.